sábado, 24 de julho de 2010

Conhecendo Tudo Sobre as Raças de Cães Mundiais / 11º Post: Weimaraner


Ele conquista admiradores não só pelos olhos de cor âmbar contrastando com a pelagem cinza e por suas formas bem proporcionadas e elegantes.
O Weimaraner encanta também pela forte devoção ao dono. “São cães completamente apaixonados”, resume Ingrid Heins (veja qualificação dos entrevistados no quadro Consultores).
“Os meus se contorcem de tanta alegria e até sorriem ao me ver chegar; só falta falarem de tão comunicativos que são”, exemplifica ela.

Essa forte ligação foi desejada desde a formação da raça no final do século 19, na Alemanha, para trabalhar em dupla com o caçador, mantendo-se próximo a ele.
Apto a atuar em campos, florestas ou na água, fareja a pista de animal de pêlos e a segue com determinação bem como aponta aves ocultas na vegetação, amarra-as (olha fixamente como se fosse atacar, para deixá-las paralisadas diante do perigo iminente) e, ao sinal do caçador, avança para fazê-las levantar vôo.
Também busca a caça abatida, sem medo de mata cerrada, pântano ou água gelada.

Atlético e sempre disposto a agradar ao dono, o Weimaraner é companheiro animado em caminhadas e em esportes em dupla, como o agility.
Essa atividade, aliás, tem tudo a ver com a raça.
Atende à necessidade de atividade e aprimora o entrosamento, resultando em melhor aceitação da liderança do dono.
Há norte-americanos que se reúnem para treinar esse esporte com seus Weimaraners e confraternizar em eventos informais como o Weimaraner Agility Fun Day , conforme mostram essas duas fotos tiradas no sul da Califórnia. É diversão e saúde para humanos e caninos.
“No Brasil, mesmo entre aqueles que conhecem o Weimaraner, poucos sabem do verdadeiro potencial da raça”, observa Regina Penna Rodrigues.

O maior pólo de criação de Weimaraners está nos Estados Unidos. Em 2003, foram registrados 8.763 filhotes no American Kennel Club (AKC), 29ª posição entre 151 raças.
Mais de dois mil criadores e donos de Weimaraners são sócios do Weimaraner Club Of America (WCA – www.weimclubamerica.org), filiado ao AKC.
“Organizamos exposições de beleza, provas de agility, de obediência e outras para avaliar a habilidade para apontar e buscar a caça, em todo o país”, conta Rosemary Carlson, presidente do WCA.
“Em nossa última exposição especializada, que durou cinco dias, cerca de 200 cães participaram”, comenta.
“Temos ainda muitos associados que participam com seus Weimaraners de visitas a pacientes de hospitais e asilos, em programas de pet terapia, aproveitando o bom humor e a sociabilidade da raça”, acrescenta.


No Brasil, o Weimaraner esteve entre as 15 raças mais registradas na Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC) na década de 80, quando chegou a mais de mil filhotes por ano. Em 2003, houve registros de filhotes de Weimaraner em 12 Estados brasileiros, na CBKC, num total de 293 exemplares, o que deu à raça a 47ª posição (veja gráficos) .
No mesmo ano, na Alemanha foram registrados 633 Weimaraners (37º lugar).

A pelagem predominante nos Weimaraners é a curta. Desde 1992, o Weimaraner Klub (WK), entidade alemã responsável mundialmente pela raça perante a Federação Cinológica Internacional (FCI), dá ao Weimaraner de pêlo longo tratamento semelhante ao de pêlo curto, tanto no padrão como na logotipia do clube e nas informações prestadas ao público.
“Hoje, a criação do Weimaraner de pêlo longo representa cerca de 30% da criação da raça na Alemanha, sendo ambas as variedades registradas simplesmente como Weimaraner”, conta Gerhard Eiben do WK. O Weimaraner de pêlo curto não deve ser cruzado com o de pêlo longo para não se perder o controle sobre o comprimento dos pêlos dos descendentes.
“Só damos essa autorização em casos especiais, para melhorar linhas de sangue de pêlo longo”, explica Gerhard.

“Nos Estados Unidos, os Weimaraners de pêlo longo bem como os de cor azul podem ser registrados no AKC, mas são desqualificados nas exposições não podendo ser campeões”, informa Rosemary.
A cor cinza do Weimaraner pode ir da tonalidade prata (mais clara e brilhante) e corça (puxando para o bege) até a cinza-rato (quase chumbo).
Pequenas manchas brancas são permitidas no peito e nos dedos.

A tradição secular da cauda cortada é ainda bastante adotada no Brasil. O padrão do AKC exige que o corte seja feito para deixá-la com seis polegadas (15,24 centímetros).
Na Alemanha, o corte da cauda de cães foi proibido por uma lei protecionista de 1998, para os cães que não são usados na caça.
O padrão alemão do Weimaraner, adotado pela FCI e CBKC, exige cauda forte e bem coberta de pêlos.
Nos países onde não há restrição legal ao corte de cauda, a praxe é aceitar igualmente a cauda cortada e a íntegra, como acontece no Brasil.



“O Weimaraner é tão sintonizado no dono que o acompanha até no estado de espírito – fica triste ou quer brincar de acordo com o ânimo da pessoa”, ressalta Regina Penna Rodrigues. “É um cão que adora o contato físico e a interação e que sofre se for tratado com indiferença”, comenta Ingrid Heins.
“Os de casa estão sempre esparramados no meu colo e ‘conversando' comigo.” A raça tende a ter um dono preferido e a estar com ele onde for.

Os 7,6 pontos dados à submissão do Weimaraner vieram juntos com a advertência de que o dono precisa saber se impor.
“Devemos liderar o Weimaraner com firmeza, mostrando a ele como ficamos felizes quando age do jeito que desejamos”, ressalta Ingrid.
“Ele não obedece por obedecer – necessita ter um bom motivo para atender a um comando”.

Fisicamente disposto a enfrentar longas jornadas na natureza, o Weimaraner precisa de exercício.
Quando mantido em ambiente interno, se não sair para correr e brincar, queimará energia com o que tiver ao alcance.
“A começar pela destruição dos nossos chinelos”, brinca Ingrid.

Com disposição para a atividade e vontade de agradar, a raça costuma aceitar bem até crianças agitadas.
Quanto ao convívio com outros animais, o Weimaraner precisa ser ensinado a respeitá-los.
“Caso contrário, um gato correndo ou um pássaro no quintal poderão ser vistos como caça”, alerta Lucas.

O Weimaraner late para dar alerta, é protetor e tem porte sufi ciente para intimidar, apesar de não ser um guardião daqueles que permanecem desconfiados na presença de estranhos. Pelo contrário. “Meus exemplares festejam os desconhecidos com os quais converso”, diz Ingrid.

Deixado sozinho por muito tempo ou em local em que não possa se exercitar o sufi ciente, o Weimaraner tende a latir muito e a desenvolver maus hábitos, como ocorre com muitos outros cães.

FICHA DA RAÇA

Outros nomes: Braco de Weimar e Weimaraner Vorstehhund.

Classificação CBKC/FCI: Grupo 7, Cães Apontadores; seção 1, Cães Apontadores Continentais.

Usos: cão de caça por faro e por aponte e de busca, em terra e água. Usado também para companhia e proteção. É bom parceiro em atividades esportivas.

Porte: altura na cernelha – 59 a 70 cm, ideal: 62 a 67cm (macho); 57 a 65 cm, ideal: 59 a 63cm (fêmea). Peso: 30 a 40 kg (macho) e 25 a 35 kg (fêmea).

Pelagem: de dois tipos. Curta – mais longa e espessa que na maioria das raças de mesmo tipo, muito densa e bem aderente.
Se houver subpelo, é esparso. Longa — macia e lisa ou ligeiramente ondulada.

Ambiente ideal: externo. Em ambiente interno, praticar pelo menos uma hora de exercício físico diário.

Exercício: correr e brincar à vontade.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Méd.Veterinário: Ele precisa estar à disposição para qualquer emergência, dia e noite e tem que ter muito jogo de cintura para lidar com os pacientes.

Texto original publicado no site http://www.g1.com.br em 05/09/2005.

Imagine, por exemplo, um chimpanzé pra lá de genioso ou um leão carente de dar dó. É a profissão de médico veterinário, especializado em socorrer animais silvestres. Um trabalho puxado, mas pode ser uma profissão pra lá de gratificante.
Uma caminhada leve pela manhã. Coisa pouca , porque o médico veterinário não tem muito tempo para o lazer. No máximo, uma paradinha pra brincar com um cachorro e sempre acompanhado de dois celulares e um bip para as emergências. “Sempre com os aparelhos na mão, que não tem como desligar e daqui a gente corre pro consultório”, diz André Maia.

A profissão, diz ele, exige muita dedicação. Depois de cinco anos de curso superior, o estudo deve ser contínuo. “É uma área que sempre está caminhando para a atualização e o inglês é fundamental pra isso.”
André já tem um consultório, onde cuida de animais silvestres, mas também trabalha num zoológico em Niterói, RJ. Com um quati nos ombros, ele dá a dica do que considera mais importe para quem pretende seguir essa carreira. “Tem que ter muito amor e carinho pelos animais. Se alguém está fazendo veterinária ou quer fazer porque acha bonitinho, que os bichos são fofinhos, esquece, porque o cocô é fedorento, o xixi também, requer um sacrifício que, se não gostar, não vai fazer.”
André está cuidando de dois miquinhos recém-nascidos, que ficaram órfãos no Rio de Janeiro. Mamadeira de duas em duas horas. Mesmo de madrugada. “A gente compara muito com pediatra. Os clientes vão desenvolvento loca afetivo com você e se tornam amigos, então ligam de madrugada.”
Nesta profissão também há perigos, Há necessidade de ter muito cuidado, porque alem de cuidar de bichinhos bonitinhos, que toda criança gosta, o médico veterinário também precisa cuidar de animais perigosos: jacaré, leão, cobra.
O chimpanzé brinca, parece inofensivo, mas tem muita força. “Esse chimpanzé quase me arrancou um dedo, um tigre já fez alguns furinhos no meu braço, uma onça já pegou minha perna, porco-espinho já cravou espinhos na minha canela. É uma profissão arriscada. Todo mundo questiona isso, inclusive minha mãe.”


Quanto recebe um médico veterinário? Pra começar, o piso é de seis salários mínimos. Quem trabalha em consultório particular pode ganhar mais de R$ 3 mil. Há vários ramos nessa profissão. “Desde a inspeção sanitária, ou seja, tudo que entra de produto de origem animal cabe ao veterinário a inspeção. Pode trabalhar na área de fiscalização, perícia, área clinica, que se divide em grandes animais, pequenos animais e animais silvestres.”
Para André, o mais difícil é se despedir dos bichinhos quando eles ficam bons. “É a parte chata da profissão. Você se apega ao animal, ele te conhece e você depois tem que devolver ele pra natureza.”

Amor pelos animais não basta para ser um bom veterinário

Texto Original publicado no site http://www.g1.com.br em 14/08/2007.

Segundo profissionais ouvidos pelo G1, o trabalho do veterinário é mais amplo.
São quatro grandes áreas de atuação.


Você sente um amor incondicional por seu animalzinho de estimação e por isso acredita que a profissão mais adequada é ser médico veterinário, certo? Não, errado. E é errado porque só o amor pelos animais não basta para a formação completa de um médico veterinário. Aliás, pode até atrapalhar.

Segundo especialistas, a medicina veterinária é a ciência que trata dos animais, mas vai muito adiante: ela se dedica à prevenção, ao controle, erradicação e tratamento das doenças, traumatismos ou qualquer outro agravo à saúde dos animais, além da ciência que promove o controle da qualidade dos produtos e subprodutos de origem animal para o consumo humano.



"Gostar de animais é um pré-requisito para a pessoa se tornar um bom profissional, mas não é o único. O médico veterinário tem um leque de atuação muito extenso. E às vezes, quem só gosta de animais, pode sofrer quando se encontrar em uma situação delicada, como uma em que será preciso sacrificar o animal", disse o professor Renato César Sacchetto Tôrres, vice-diretor da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
A mesma opinião é compartilhada pelo professor Gilson Hélio Toniollo, coordenador de um dos três cursos de medicina veterinária da Universidade Estadual Paulista (Unesp). "É claro que o veterinário tem que gostar de animais, só que o médico veterinário vai muito além disso. Não dá para um adolescente entrar faculdade porque tem um cachorrinho de estimação e por isso acha que vai cuidar de animais. Tive alunos que viram sangue e saíram chorando da sala de aula", afirmou o professor.

QUATRO GRANDES ÁREAS DE ATUAÇÃO

Por exigência do Ministério da Educação (MEC), todos os cursos de medicina veterinária do país - ao todo são 129 cursos, segundo a última divulgação do MEC - promovem uma formação generalista para o aluno, que deve sair da faculdade com o mínimo de conhecimento em todas as áreas que um médico veterinário pode atuar.

Segundo os professores ouvidos pelo G1, as disciplinas são obrigatórias e o percentual de desistência nos cursos de medicina veterinária é quase nulo. São quatro as grandes áreas de atuação:

Medicina e cirurgia: Destinada para os profissionais que querem se dedicar ao atendimento médico e cirúrgico para animais de pequeno e de grande porte. Seria o médico veterinário "tradicional", que atua em clínicas e hospitais.

Inspeção de produtos de origem animal: Área destinada para médicos veterinários que serão responsáveis pela avaliação e inspeção de produtos de origem animal - como leite e seus derivados, carnes, ovos, etc - que serão comercializados para consumo humano. O médico veterinário é o único profissional capacitado para garantir a qualidade e a segurança desses produtos.

Medicina veterinária preventiva: Destinada para os profissionais que vão dedicar os seus estudos à pesquisa e à produção de novas vacinas para erradicação de doenças provocadas pelos animais, como leptospirose, hantavirose etc. É uma das áreas de atuação voltada para a saúde pública.

Produção: Área em que os médicos veterinários vão trabalhar na criação de bovinos para corte, para produção de leite, de aves para corte, suínos, coelhos, ovelhas e caprinos para abate, além da criação de peixes. É uma área muito abrangente que envolve o agronegócio.



O CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

Normalmente, o curso de medicina veterinária é dividido da seguinte maneira: disciplinas básicas nos primeiros três semestres do curso e disciplinas profissionalizantes - que podem ou não incluir o estágio supervisionado obrigatório - nos demais meses de estudo.

Nos primeiros anos os alunos terão matérias como bioquímica, biofísica, anatomia, citologia, histologia, farmacologia, parasitologia, São as disciplinas consideradas básicas para o entendimento do curso.

O restante das matérias são mais profissionalizantes, onde o aluno terá contato com disciplinas mais aplicadas, como patologia dos animais, técnicas cirúrgicas de animais de pequeno, médio ou grande porte, aulas de química fisiológica, clínica de caninos e felinos, principais doenças dos animais, disciplinas de corte e produção de leite, entre outras. "O aluno vai ter a noção perfeita, por exemplo, de como é feito o parto de um animal de grande porte", disse o professor Toniollo.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Dúvidas Sobre Alimentação do Seu Cão???

Este texto foi escrito para tentar suprir alguMas das dúvidas de proprietários em relação a alimentação dos seus cães, principalmente dos filhotes. Este texto, parte das informações foram retiradas do artigo publicado pela revista da PUCRS. Este artigo pode ser lido na íntegra pelo link http://revistaseletronicas.pucrs.br/mctpucrs/ojs/index.php/fzva/article/viewFile/2136/1645




Uma nutrição adequada, que aporte todos os nutrientes (proteínas, gorduras, carboidratos, vitaminas, minerais e água), é essencial para uma vida saudável, porém o requerimento de cada nutriente varia de acordo com a idade, estado físico e modo de vida. Desta forma, dietas com excesso ou deficiências nutricionais poderão provocar diversas alterações fisiológicas, predispondo o organismo animal a sérios problemas, como incorretos: desenvolvimento corporal e constituição óssea, assim como obesidade e alterações reprodutivas.

Quando se trata da nutrição de filhotes de cães, é imprescindível dispensar uma correta atenção à dieta das fêmeas prenhes e em lactação. Quanto às fêmeas gestantes, estas devem receber uma devida atenção com relação aos seus requerimentos nutricionais, através da utilização de dietas corretamente balanceadas e que satisfaçam as suas exigências fisiológicas, especialmente no terço final da gestação, pois é nesta fase que ocorre o maior desenvolvimento fetal e mobilização de imunoglobulinas, constituídas basicamente de aminoácidos para a glândula mamária, formando o colostro, o qual deve ter qualidade e ser ingerido obrigatoriamente pelos recém-natos nas primeiras horas pósparto, com o objetivo de determinar uma excelente imunidade passiva, essencial para proteção contra inúmeros patógenos, uma vez que o filhote ao nascer é muito susceptível a infecções, pois nasce praticamente desprovido de anticorpos específicos contra antígenos comuns, além de ter seu sistema imunológico não completamente desenvolvido para determinar uma boa defesa orgânica por meio de uma imunidade ativa(SCROFERNEKER, 1996). Quanto à dieta da fêmea lactante, é fundamental que tenha adequado conteúdo de todos os nutrientes, já que é ela a principal fonte alimentar para os filhotes logo após o nascimento. Portanto, o recomendado é fornecer um alimento de qualidade, incluindo altíssima palatabilidade, digestibilidade e um alto teor de energia, podendo ser administrado através de várias pequenas refeições ao dia, com o intuito de proporcionar condições para a produção suficiente de leite, atendendo a demanda necessária dos filhotes, principalmente nas três primeiras semanas de idade, pois até este período dependem basicamente do leite materno para obter os nutrientes necessários. (EDNEY, 1989).




Cães com idade inferior a oito meses têm seus requerimentos protéico e energético muito superiores aos adultos em mantença. O teor de energia é em torno de 50% maior, e a proteína cerca de duas vezes mais, sendo que para filhotes deve-se prover pelo menos 25% da energia, a partir de uma proteína de qualidade (McGINNIS, 1991; POFFENBARGER et al, 1990). As necessidades diárias de energia, que os filhotes requerem variam em função da idade e raça. Cães de raças pequenas têm um requerimento de cerca de 200 kcal por quilo de peso corporal até atingir metade de seu desenvolvimento, a partir do qual começa haver uma diminuição em tal exigência, ficando ao redor de 150 kcal, cujo teor poderá ser reduzido gradualmente até chegar às necessidades dos animais adultos (em torno de 90 kcal por quilo de peso corporal). Os filhotes de raças de porte médio e grande precisam aproximadamente 250 kcal por quilo de peso corporal até a metade de seu desenvolvimento, quando ocorre redução para cerca de 190 kcal até o estado adulto (EDNEY, 1989). No entanto, existem variações individuais quanto ao requerimento energético, pois há animais que podem necessitar 20% a mais ou 20% a menos da exigência comum, por isso é relevante um acompanhamento rotineiro do estado físico do cão em crescimento, recebendo uma dieta balanceada com suas exigências nutricionais, uma vez que são indesejáveis; tanto uma deficiente como excessiva ingestão de nutrientes, já que tais desequilíbrios predispõem a inúmeros problemas que podem comprometer o desenvolvimento e desempenho futuro (EDNEY, 1989; GRANDJEAN & PARAGON, 1992).

As proteínas são de alta relevância para o cão em crescimento, a fim de sustentar o desenvolvimento dos novos tecidos, especialmente o muscular. Dessa forma, é imprescindível que a dieta contenha níveis apropriados de todos os aminoácidos essenciais (arginina, histidina, isoleucina, leucina, lisina, metionina, fenilanina, treonina, triptofano e valina) e também aporte suficiente de nitrogênio para a síntese endógena dos aminoácidos não essenciais e outros compostos dependentes desse elemento químico (JOHNSON, 1993). O teor de proteína, na dieta para filhotes, é em torno de 25% da ingestão total de energia, porém, tal nível poderá ser maior ou menor de acordo com o valor biológico da proteína usada na composição da dieta (DEFETRIN, 1994). Contudo, Dietas com quantidade muito excessiva desse nutriente podem propiciar alguns transtornos na homeostasia orgânica, como uma sobrecarga renal para a eliminação de concentrações excessivas de catabólicos nitrogenados.

Os cães em crescimento requerem adequados teores dos minerais, sendo crucial para seu correto desenvolvimento cuidados com os níveis de cálcio e fósforo presentes na dieta, pois as exigências são muito maiores que as dos cães adultos, em função de serem os principais elementos para a formação do esqueleto, o qual tem na sua constituição aproximadamente dois terços de matéria inorgânica. Os níveis mínimos adequados decálcio e fósforo são respectivamente 320 mg e 240 mg por quilo de peso corporal por dia. É importante manter uma relação cálcio/fósforo em torno de 1,2-1,4: 1, respectivamente, para prevenir efeitos adversos à saúde geral, sobretudo às estruturas ósseas (McGINNIS, 1991).


ADMINISTRAÇÃO DOS ALIMENTOS


Novos alimentos, juntamente com o leite materno, podem ser incluídos na dieta de filhotes de cães após um balanceamento nutricional, com o intuito de suplementar suas exigências, auxiliando, dessa maneira, a fêmea na alimentação de sua prole, além de induzir uma adaptação progressiva a um novo processo alimentar. Tal mudança na alimentação poderá se iniciar a partir das três semanas de idade, o que é justificável, pois, nesse período, inicia-se naturalmente o desmame, uma vez que os cães se dedicam a explorar os arredores, passando a consumir facilmente alimentos úmidos e leves, ao mesmo tempo o trato gastrintestinal está fisiologicamente mais funcional e, portanto, com melhores condições de se adaptar ao incremento de uma nova dieta (McGINNIS, 1991; CASE & CZARNECK-MALDEN, 1990). Os alimentos iniciais, para filhotes bastante novos, devem ter alta concentração de energia e nutrientes, além de serem muito apetecíveis, sendo que aqueles com alto teor de umidade são geralmente bem aceitáveis pelos cães jovens, enquanto os alimentos secos devem ser umedecidos com água ou leite numa proporção em torno de cinco partes de alimento e uma de líquido durante os primeiros períodos de sua ingestão, uma vez que possuem menor apetecibilidade. Tal teor de umidade pode ser reduzido gradativamente, coincidindo com um aumento rápido e progressivo no consumo de alimentos, em função da adaptabilidade alimentar, tanto que a maioria dos cães podem ser desmamados completamente às seis semanas de idade, administrando-se uma ração variada ou um único alimento completo (McGINNIS, 1991). A alimentação dos cães em crescimento deve ser o suficiente para satisfazer as suas necessidades, sendo que o aporte de alimento (peso dessecado) necessário, diariamente, é aproximadamente 5% com relação ao peso da sua massa corporal. No entanto alguns cuidados devem ser observados para evitar a ocorrência de desconforto, principalmente abdominais, como se verifica casos de expansão e tensão estomocal demasiada, ou vômito, após a refeição, sinais estes indicativos de um possível consumo excessivo de alimentos em uma única vez. Assim, iniciar com alimentações menores e mais freqüentes obtém-se melhor eficiência para evitar certos transtornos, ao mesmo tempo o trato gastrintestinal terá maior facilidade de adaptação para digerir e absorver adequadamente os nutrientes presentes nessa nova dieta (McGINNIS,
1991). Portanto, pode-se iniciar a oferecer alimentos às três semanas de idade, fornecendo até aos três meses quatro refeições diárias, desta idade aos seis meses diminui-se para três vezes, quando então administra-se somente duas refeições diárias até atingir o seu completo crescimento, o qual ocorre próximo aos doze meses de idade para os cães de raças pequenas, ao passo que as raças grandes não o alcançam antes dos dezoito meses (McGINNIS, 1991). Quando os filhotes são desmamados, seria importante alimentá-los separadamente, pois isto permitiria fazer um controle do quanto cada um está consumindo, evitando, ainda, que o filhote dominante consuma um excesso de alimento em detrimento ao consumo dos outros cães. Para filhotes que não foram alimentados inicialmente com uma dieta adequadamente balanceada com todos os nutrientes necessários, deve-se fazer uma mudança gradual quando se deseja passar a alimentá-los com tal dieta, pois mudanças bruscas freqüentemente causam alterações gastrintestinais, caracterizadas, sobretudo por diarréia, que poderá comprometer o status orgânico.

CONCLUSÃO

Os requerimentos nutricionais dos filhotes de cães são diferentes para as distintas fases de seu crescimento, por isso é de fundamental importância a administração de dietas nutricionalmente equilibradas, de acordo com o estágio de desenvolvimento, pois uma nutrição e alimentação adequadas são fatores determinantes para um correto desenvolvimento dos mesmos, propiciando condições para uma excelente saúde geral e performance futura

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Tumor de mama em cadelas requer atenção de proprietários

Texto Original Publicado no site http://www.unesp.br/proex/informativo/edicao13jul2002/materias/tumorcanino.htm, escrito Por Aline Grego e Sérgio Santa Rosa


As campanhas nacionais de prevenção do câncer de mama veiculadas em jornais, rádio e televisão, com participação freqüente de celebridades, desmistificaram o assunto e aumentaram a conscientização entre a população. Mas a doença não é exclusividade dos humanos. Os animais também sofrem com o câncer.

O tumor de mama em cadelas é, em diversos aspectos, muito semelhante ao da mulher. "Eles têm os mesmos agentes etiológicos, ou seja, as mesmas causas de desenvolvimento como, por exemplo, a dieta rica em gordura ou fatores genéticos", explica a professora Noeme Souza Rocha, da área de Patologia Veterinária do Departamento de Clínica Médica da FMVZ. A bibliografia internacional a respeito mostra que, devido a essas semelhanças, o tumor de mama em cadelas é um ótimo modelo experimental de estudo, que pode beneficiar também a espécie humana.

No Hospital Veterinário da FMVZ, todos os animais que chegam com aumento do volume e do tamanho da glândula mamária são submetidos a um exame chamado função aspirativa por agulha fina. O material colhido no exame é analisado e, posteriormente, emite-se um diagnóstico. Também são feitos exames bioquímicos através de amostras de sangue. Esse trabalho é realizado com o apoio do Laboratório de Bioquímica da Faculdade de Medicina de Botucatu.


Assim como ocorre com os humanos, para que haja a transformação da célula sadia em cancerígena é preciso que algo induza um erro no material genético da célula, o DNA. Alguns animais, no entanto, já podem nascer com problemas no material genético que os tornem propensos ao câncer. Depois disso, essa célula doente precisa de um outro impulso que é chamado de fator de promoção. As condições ambientais, como dietas impróprias, obesidade e uso intenso de anticoncepcionais são os principais agentes promotores. A idade também tem sua influência. A maior incidência de câncer está nos animais com mais de sete anos de idade.

Segundo a professora Noeme, o problema maior é a negligência dos proprietários, que só trazem os animais quando o tumor já está muito grande. "Da mesma forma que a mulher faz o exame da mama para tentar descobrir o tumor precocemente, o proprietário, ao detectar pequenos nódulos, deveria trazer o animal para ser examinado", alerta a professora. Os exames permitem fazer uma prevenção, através de uma dieta apropriada e do uso de anticoncepcional controlado pelo médico veterinário, e permitem a detecção precoce de lesões pequenas. "Quando o animal chega até nós, na grande maioria dos casos, não há muito que fazer. Às vezes, o tumor já tem metástase, ou seja, já ganhou a corrente sangüínea ou linfática e já foi para o pulmão", lamenta a professora.

Ao contrário do que muitos imaginam, a neoplasia, (nome correto do tumor maligno) não causa dor, não há febre e o animal não reclama. Segundo a professora, quanto mais maligno, menos dor. "O paciente começa a sentir dor quando o tumor cresce tanto que passa a comprimir terminações nervosas. Nesse caso a dor é secundária, por isso chamamos de tumores silenciosos". Como a detecção se faz pelo aumento do volume, a observação do proprietário é fundamental.

O atendimento do Hospital Veterinário da FMVZ é muito procurado pelos moradores de Botucatu, da região e até de fora do estado. A faculdade é pioneira na área de citologia. O setor de citopatologia existe desde 94, e a tecnologia à disposição permite que sejam feitos diagnósticos precisos e conclusivos. Em razão disso, a FMVZ dá suporte a diversas instituições nessa área, que enviam material para consulta.